RÉU CONFESSO

Jorge Linhaça

11/08/2005

No banco dos réus sentado

Por um crime premeditado

de tal forma planejado

e plenamente executado

Sou assim um réu confesso

a sua atenção eu lhes peço

Foi um crime de puro reflexo

como escrevo estes versos

Sou culpado da ternura

de abandonar a clausura

de me entregar à candura

de ser a luz na noite escura

Sou eu um poeta errante

sou amigo e sou amante

esteja perto ou distante

do meu coração navegante

Sou brisa morna em tarde quente

sou escrevinhador eloqüente

Sou um plantador de sementes

do amor nos peitos ardentes

Sou culpado pela paixão

réu confesso da sedução

caçador e caça da emoção

Culpado, sem apelação.