Dono dos Meus Olhos
Apolíneo ser, criatura que nos meus dias sempre vi
Não sabes tu que és dono dos meus olhos?
Dos meus olhares quando tímida olho para ti?
Dos frívolos olhares que seu olhar não flagra
Nas tardes desse inverno sem fim?
Onde a primavera desponta
Não finjas, não faças de conta
Que teus olhos também não olham para mim
Ah! Se assim pudesse viver tranquila e feliz
Mas que destino algoz foi o nosso
Pois retribuir-lhe mesmo desejando não posso
O que teus olhos me imploram
Nesse travesso sorrir!
Sei que não podes ser meu, nem sua posso eu ser
Mesmo que por uma madrugada
Cometa-se essa insana aventura
Mas à demência quem ama está fadado
E desejando em cada palavra estar junto
Porém sem luz, sem guia, ainda separados
Que erro cometi para penar deste tanto?
Para trazer no peito esse desejo insoluto?
Ah! Se percebesse que meus olhos são seus...