Balada do Adeus
Tere Penhabe
Tantas vezes o esperei
Sempre no mesmo lugar
E nunca desanimei
Pois sabia e ainda sei...
Cedo ou tarde vai chegar.
Ele vinha pela rua
Displicente e casual
Sob o sol ou sob a lua
Da maneira toda sua
Parecendo ser banal...
Mas trazia tanto afeto!
Ao vê-lo eu estremecia,
Parecia tão completo,
Caminhando sempre ereto
Ah! Meu Deus, quanta alegria!
Sempre um bombom ou uma flor,
Tinha para me entregar.
Vinha repleto de amor,
Dividir o seu calor,
E era tão bom esperar!
Até o malfadado dia...
Percebi que se atrasou.
Isso nunca acontecia!
Entristeci e não sorria,
Quando enfim ele chegou...
Onde estava o seu sorriso?
Quase não o reconheci...
Eu senti que era preciso,
Ficar de sobreaviso,
Com a tristeza que eu vi.
Eu não errei... Infelizmente,
A notícia era cruel...
Na alma uma dor pungente,
Tanta confusão na mente,
Na boca um gosto de fel...
Ele tentou me explicar...
Porém não me convenceu.
Pareceu-me precisar,
De longa história inventar,
E o final... Como doeu!
Era nada mais que adeus...
Repleto de hesitação,
Seus olhos nos olhos meus,
Parecendo invocar Deus,
Ruindo meu coração...
Mas disse que voltaria.
Todos dizem, na verdade...
Pode até ser covardia,
Mas eu não acreditaria,
Nessa tal felicidade...
Porém volto sempre aqui,
Para matar a saudade...
Outro dia me abati
Na ansiedade confundi
Sonho com realidade...
O tempo anda tão depressa!
Se eu começar a chorar
Lembrando aquela promessa,
Que só a mim interessa,
Posso não vê-lo passar...
Dá-me forças, Meu Senhor!
E tudo que eu precisar...
Não desisto do clamor,
Pelo meu eterno amor,
Pois sei que o verei voltar!
Santos, 29.04.2008
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