Quisera nunca mais acordar

Quisera nunca mais acordar

Quisera que minha deusa entendesse,

A dimensão do amor que lhe devoto,

Me levasse ao seu íntimo mais remoto

E com um beijo me adormecesse.

Quisera que nunca mais amanhecesse,

Eu fosse um ser sem ser, ignoto,

Sem direito a reclamar, sem voto,

E á vontade dela me submetesse.

Viver de sonhos, assim, não acordar,

Queria de açucenas te enfeitar,

Ser feliz na mente de corpo vazio.

Acordar para quê se tudo é ilusão,

Se só a fantasia me dá consolação,

Que o corpo tolera e a alma não gosta.

Carlos Sousa

Alberto Carvalheiras
Enviado por Alberto Carvalheiras em 27/08/2009
Reeditado em 07/11/2011
Código do texto: T1778180
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