GOSTO AMARGO

Traz-me a esperança

que se perdeu no abismo

da lembrança...

Onde está o amor que se foi

na chama que apagou...

O terremoto abala

o centro da sala,

arde, corroí as têmporas,

do meu pensar,

as farpas foram arremessadas,

a redoma do amor

caiu, quebrou, nada sobrou...

A miragem ficou deserta,

o acender da lanterna

não vê nada, o amor que acabou,

no sobe e desce da ilusão perdida,

não sobrou nada,

nem mesmo a despedida.