O Castelos dos meus sonhos...

Se teci um castelo com meus sonhos

E de filigranas de ouro enfeitei nosso caminho,

Se amaciei o chão para que nele pises

E enfeitei teu manto com arminho,

Foi porque me eras importante

E merecedor único do meu carinho...

De pérolas adornei a nossa cama

De madeira de ébano esculpida;

E em cada pilastra coloquei diamantes...

De esmeraldas ornei-me: dei-te a vida

A doçura do sonho mais bonito

Que a Vida com seu beijo nos convida...

Se um rubi na tua coroa coloquei

Foi porque ele sinalizava a paixão

O fogo do amor para o meu rei,

Inesgotável, precioso, que terei...

- Mas um vendaval singrou os mares

E meu castelo desmanchou!... E eu chorei...

Como de areia fosse feito meu castelo

Nada restou após tal desmazelo...

No Nada à minha frente não restou

O que ficasse do que construí com tanto zelo...

Vieram amores me ofertar – eu rejeitei,

Porque sabia-me Rainha de um só Rei...

Somente os beijos teus acordariam

As sensações que para ti guardei...

Meu corpo ao amor, todo fechei,

Esperando o beijo do amor: despertariam!...

Os espasmos de amor do corpo meu

Só responderiam ao carinho teu...

A comunhão de olhares só se efetivaria

Se fossem os teus olhos que me invadissem...

Só tua voz em mim me levaria

Ao amor mais puro que, com volúpia, se faria...

Só tuas mãos teriam o mágico condão

De acariciar-me com o Amor de salvação...

Só teu corpo junto ao meu despertaria

As canções de amor adormecidas...

A dança e o bailado se... Confundiria

Com beijos de lágrimas, assim, umedecidas...

Ao teu corpo daria todas as delícias

Maiores do que já sonhaste em tua vida

Quando, por ti, eu fosse envolvida

No amor sonhado, da vida, nas primícias...

Seriam labaredas dançantes de paixão

Que nos consumiriam em lascivas emoções

Únicas, de amor impregnadas! - Como são

Diferentes, as que vêm com amor nos corações!...

Depois, abraçados no mágico Castelo,

Protegidos dos olhares, o que é belo,

Se tornaria ainda mais belo então:

- Seríamos um do outro e um no outro...

Mas do Sonho, só o sonho me ficou...

E, quanto ao mais, a vida me levou...

Não mais teço Castelos maviosos

Que cantem sonhos belos e maravilhosos...

Não mais espero o teu encontro. Nem penso

Realizar o Amor, um dia, tão intenso...

Tenho lembranças do que não aconteceu

E que meu coração, de amor, teceu...

Vivo. Canto o Amor! Gravo em papel

O que pra mim seria mais doce do que o mel...

Vinho de fina casta!... Nada espero...

- Agora, meu amor, eu que não quero!...

O Castelo de Amor dos sonhos meus

Ruiu ante a vida tua e os desejos teus!

- Minhas músicas que canto a chorar

São a única coisa que posso te ofertar...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 26/08/2009
Código do texto: T1776144
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