Análise
Quando surgiste vieste sorridente
Ao partir foste descontente,
Por que, amor, o que deu em ti
Assim tão de repente.
Embora este amor não fosse
Uma velha canção em teus ouvidos
Continua todos os dias latente
No fundo da alma cheia de ilusão.
A paixão que embala propala
Na imensidão deste ser tão ínfimo!
Tão carente e tão dependente de ti!
Pena que recíproca não há, não existe!
Persiste o desejo solitário amparado
Pela emoção do poeta, que não se aquieta
Diante dessa terrível solidão.
Porém, a esperança continua viva
Ativa qual um vulcão em erupção,
Que de chama em chama alimenta
Este amor que nasce no fundo da alma.