Ai...nossos ais...
Nesta manhã estavam só respingando meus versos,
mas não era uma sensação de chuva, mas de sol.
Agora havia uma ilha que não era minha apenas,
porque meu coração viajava nos sentimentos dela,
do mesmo modo que os dela viajavam nos meus.
E então ia descobrindo palavras como: te quero !
Em seguida um suave...eu te amo...depois...te desejo.
Mas não eram palavras que se usavam apenas por usar,
pois elas vinham surgindo num crescendo do amor maior.
Agora... paixão não era apenas mais um livro abandonado,
que ela havia esquecido numa das prateleiras do tempo,
mas um livro aberto de onde a paixão exaltava a vida.
Ah...esse amor suave que já nem era mais costume,
ia- se infiltrando como se fosse um raio de sol em mim,
aquecendo meus sentimentos no calor de seus desejos.
Agora me sentia cuidado...por essas mãos de fada,
que percorriam meu corpo buscando sensações,
ainda que elas não estivessem mais afeitas à paixão,
porque ainda ela não sabia direito como fazer tudo,
apesar de seu rosto avermelhar em vorazes desejos
que iam ocupando a cada dia uma nova dimensão...
Seus olhos lacrimejavam...e ela chorava sobre mim,
suas lágrimas quentes dizendo que era de felicidade.
Hum ...agora estava claro o que era uma mulher,
uma mulher de verdade que estava me amando,
não na pieguice , mas na realidade dos sentires
Então eu a abracei forte e ela me abraçou forte,
e selamos um no outro o nosso amor derradeiro,
esse que quando chega é mesmo para sempre.
A noite foi se fazendo madrugada do mais adentro,
enquanto ela me lia uma poesia de um autor raro,
cujos livros não se podiam encontrar facilmente.
Enquanto ela lia...”Ela é a fonte.Eu posso saber
que é a grande fonte em que todos pensaram...”.
E de seus lábios rosados saía sua voz delicada,
que deliciava meus ouvidos e todo o meu ser,
preso no embevecimento da sua perfeita leitura.
Hum...que linda esta madrugada de arte poética.
Nisso ela terminou de ler a poesia de Herberto
Helder, fechou o livro, e disse: vem amor, te quero.
As palavras poéticas que acabara de ler para mim,
se mesclaram ao seu perfume de rica alfazema,
e nossos corpos se juntaram nas ânsias da paixão,
e o que se pode ouvir depois na noite... foram ais.
Apenas ais...de um amor que só queria mais,
e eu sabia que nunca e nunca...iria ser demais.
Ai nossos ais...Ai nossos ais...sempre mais.
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Poesia que fiz em 24-08-09 às 03.00 h em SP
Lua nova – chuvoso - 19 graus
Beijos e abraços para você ...Boa terça... [love]
cseagull2@hotmail.com
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