Desta fome
Na face de tua dor, minh’alma mora,
meu coração dispara,
meus olhos choram.
Há em nós o de cada um da gente,
o que nos fere
e o que cada um sente.
Ainda que triste, beija-me.
Diz da alma a alma tudo
o que nos interesse, teu olhar sendo
e tudo o que nos emudece.
Na face tua há um olhar meu.
Se me amas, eu te amo.
Se me veneras, eu te venero.
Nosso amor é fogo corredor,
apaixonado pelo horizonte,
onde há lágrimas de paz e, de paz, fome.