DESENHANDO LUARES

De um lago fundo e rochoso

chamas levantaram cores

rodopiando, e um anjo cujo osso

é diamante nasceu espalhando rumores

de belezas exóticas e de todo nuas,

vindas para que nunca mais o solitário

seja um lobo desenhando luares pelas noites cruas

de abismos selvagens aonde o pobre otário

enche o horizonte de contorno, para que a fera

saia da sombra empunhando adaga e juramento,

pois é tão longe o lamento do amor feito da espera

que o idiota prefere a vampiragem da orgia

aos transtornos flamejantes de um se mudar na essência

a enxergar o amor na proximidade que o infinito cria