No escurinho do cinema (Casa Blanca)



No escurinho do cinema (Casa Blanca)

Recordo-me. Uma lágrima cai-me.
Chegaste um dia pela tardinha.
Foi uma alvorada abençoada
que me lavava de mágoas passadas.
Nesse amor me abriguei,
e nesta saudade há leveza.
Fantasmas que me assombraram,
ventura e amor que confundida, desperdicei.
Pegaste-me na mão enlaçaste-me com carinho.
Devagarinho, a tarde estava mansa,
aproximava-se o fim do dia.
Levaste-me ao cinema,
quanta alegria sentia nesse dia.
E noutros, de mais encontros,
nessa meiguice carinhosa com calor.
Eu sabia que me amavas,
saboreava bem essa doçura de amor.
E, a esse estado o tempo chegou,
e nele devia à vida ter agradecido.
Tão feliz me fazias,
mas outro amor ainda picava o meu coração.
Sem valia, sem remissão,
apenas idealidade e vão desejo.
Amor de adolescente,
amor em tempo de guerra, tornado maldição.
De mãos nas minhas,
sentia o teu ardor na leveza dessa adoração.
Era como uma oração,
olhavas-me , era ternura bendita.
Era bonita, eu sabia,
revia-me nos teus olhos
que iluminavam os meus.
Diziam, o que tu não falavas,
mas que eu sabia ler no teu sentimento.
Foste a pessoa mais linda, que passou na minha vida,
mas não eras o meu destino
E, no cinema à tardinha,
logo as luzes se apagavam e o silêncio baixava,
beijáste-me  com ternura,
ninguém nos atordoava.
Nesse ambiente escurinho
dos nossos artistas preferidos.
As cenas iam passando do filme que mal viamos,
nesse enleio de carinho.
E nem observávamos,
como o final nem sempre era feliz .
Também o nosso final o não foi,
não soube acautelar esse amor.
Tta
09~08~18
Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 24/08/2009
Código do texto: T1771708
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