ABSTINÊNCIA
A mão treme alucinada... Ela não encontra mais descanso
Já não consigo respirar calmamente
E meu batimento cardíaco não tem mais remanso
Isso é feito um vicio que não passa
Abstinência que extrapola... Sufoca... Desconsola
Deito a vida e meus sonhos num colchão
E ainda que meus olhos fechem já não encontro explicação
Fito vazio a vastidão que me rodeia
Ruas mal iluminadas... Fábricas mortas e abandonadas
Sarjetas que se acumulam, onde bêbados tropeçam... Entorpecidos e indigentes
Meus lábios secos denunciam o pecado da saudade
Eu já não tenho retornos a fazer
Nem contornos onde me esconder
Sou retrato do meu fim...
Você foi embora e levou tudo que roubou de mim!