Frestas na escuridão
Não havia nenhuma fresta de luz na escuridão
Foi necessário espreitar dentro da alma
Para saber se era noite ou um lindo dia
Na busca por réstias luminosas perdidas
A eterna sucessão: o inferno ao céu;
Ao riso o pranto, o gozo as trevas.
Tudo correndo, trazendo a cruz da vida.
O coração enganando-se prisioneiro da noite
Em linda aurora de luto iluminando
O único caminho de tantos matizes pálidos
Tudo estava demasiadamente em silencio,
As palavras caminhavam intumescidas no peito
A tarde resgatava as ultimas sombras brancas
Que se ofereciam virgens de calor.
O espelho sem a luz que o acendera
Pintava uma imagem indecifrável
Tudo continuava em silencio na alma.