Fora de Órbita
E numa noite veio
E devastou.
Se mostrou enorme,
Diante do pequeno homem.
Os dias passavam
E sua espera era ansiosa
Pelo anoitecer.
Era impossível viver.
Era impossível viver,
Esperando um milagre.
O amor escorria pelos lábios,
Como palavras.
Escorria das mãos
Como poemas.
E era impossível viver.
Era impossível viver.
Sabendo que seu amor
Era o maior do mundo
E sem ela,
Ele era copo sem fundo.
E não tinha como correr,
Não tinha como lutar.
O amor se mostrou um inferno,
Ele queria parar.
E correu
E chorou
E gritou
E se sentiu maldito.
E fugiu
E descobriu
E planejou.
E jogou.
Jogou seu sofrimento num rio.
Não aguentava mais carregar.
Ele era um pequeno homem
E trazia o maior amor do mundo.
Era um sentimento puro e simples
como a água do rio.
Mas seu amor era grande demais.
Era grande demais.
E o rio transbordou.
E alagou tudo na Terra.
E o homem que amava demais voou,
Até parar na Lua.
E então viveu feliz
Ao lado do seu amor.
A estrela mais linda que poderia existir
Uma estrela que, sozinha, iluminava todo o céu.