Poema de rendição
Correstes, queria fugir, eu sei, deixei tomar fôlego,
ganhar tempo...Até quando lhe invadi!
Tremias... assustada, enquanto meus olhos te encaravam
Sentia-se despida, nua...
Tu querias chorar, querias tentar correr, mas não saiu do lugar.
Nada pode fazer, teu corpo, me queria, me chamava,
Tua curiosidade lhe interrogava: por que não?
Deixou antes mesmo de pensar, passou a sonhar...
Tua mente vinha com sonhos infantes...
Não eras pura... eras santa
Vinha falando de seus receios, medos, drama...
Eu ri de tudo, tu menina sonhavas com um herói, príncipe
Eu ladrão nada te oferecia, apenas lhe ignorava...
Xingou alto, gritou, no momento em que minha boca colou na tua
Senti um calor inocente se perdendo, se rendendo...
Me xingava, querias me humilhar, dizias: te odeio!
Enquanto teu corpo juntava no meu, e sentia seu calor todo!
Aquela menina, o poço inocência, criança mimada
Sob meu corpo falecia, em um calor profundo...
Que entre sussurros roucos, e gritos abafados...
Arranco a mulher escondida, na alma,
e levo ao céu, ao sol, infinito...
Que quanto mais perto do Sol, mais a gente se queima...
Porém prefiro queimar até me consumir,
Neste fogo que nos arrebata....