Pérolas rolaram pelo chão...
Pérolas rolaram pelo chão...
A aliança foi tirada, e saiu rodopiando
Como um pião...
Lágrimas de prata escorreram
E o chão,
Umedecido chorou a tristeza derramada...
Foram rompidos os laços... E a tristeza
Que se instalou no peito dela, ausente,
Fe-la ver que a dor, indiferente,
Não tem garantias ou beleza...
Sons de lágrimas que ela sufocou
Vieram à tona, jorrando abruptamente,
E ela viu o tempo que passou
Como tempo gasto inutilmente...
Tantos anos... Sufocando o pranto...
Tantos anos agüentando no silêncio
Humilhações, violência, espoliação...
Sempre um sorriso em seu rosto ardente
Mesmo ao som do chicote, indiferente,
Até que um dia enxergou e viu
Que era chegado tempo da alforria...
Nada levou... Saiu sem dizer nada...
Sorrindo calma, agora, ao esbravejar,
De quem um dia com ela quis casar...
Enfrentar o mundo só. Outra cidade.
Recomeçar do nada... Começar
A viver a sua vida, após
Meio século passado, então...
Lembranças?... Procurou apagar
E ficar com que restou de bom:
Filhos, herança abençoada!...
Mas, quanta saudade dos amigos que deixou...
Sorrindo sempre – marca registrada -
Desde a infância... Pela educação marcada...
E novos caminhos ela, só, trilhou...
Mas não esperava que uma dor maior
Estivesse ainda a esperá-la numa curva
Da nova vida que ela começou...
E pérolas rolaram novamente
Ante o sonho que, de Amor, sonhou...
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Nora 1 - Qualquer semelhança com pessoas e fatos é mera coincidência...
Nota 2 - Torno a pedir perdão aos meus amigos e amigas Poetas por não estar podendo visitá-los: estou na fase final do meu Doutotado (que, possivelmente vai até dezembro) e 24h diárias têm sido pouco para dar conta de meu trabalho! Prometo que, após, voltarei a ser a leitora assídua e amiga como o era antes! Bjs com meu carinho...