doze dedos, Pouso Alto

domingo de manhã

estávamos ali sentados na mesa do bar

em frente à praça vazia

diante de muita cerveja

e de uma lingüiça que só se acha

em cidades do interior de Minas,

sul das Minas Gerais,

Serra da Mantiqueira

no sábado aquela pracinha acolhera

um monte de gente mineira

talvez duzentas pessoas

que muito nos aplaudiram

entrou no bar um rapaz

que trazia nos olhos a cor azul

da camisa que vestia

um de nós o chamou

pra fazer uma fotografia

ele fez a foto do grupo

e em seguida nos brindou

com uma linda poesia

todo mundo aplaudiu

todo mundo é poeta

todo mundo, euforia

a mãe dele surgiu

pedindo o nosso autógrafo

no caderninho pra netinha

nós tínhamos todos doze dedos nas mãos

e éramos capazes de ler ou recitar

ao menos doze poemas

da nossa própria autoria

Rio, 19/08/2009

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 20/08/2009
Código do texto: T1763735
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