Juntando retalhos
Entre paredes pintadas, quadros emoldurados, rajadas de vento nas lembranças, o silêncio como companheiro, a mente forasteira vagando, dedos teclando descompassado.
Suave melodia toma lugar em destaque no ambiente, sob a penumbra, retratos de vidas, doces chegadas, duras partidas.
Coração alado, desenfreado no ritmo do amor, o corpo sente frio, a pele arrepia, mas por dentro a alma inflama, suplicando para ser liberta, abre as portas e entre mil voltas desnorteada, toma seu rumo...
As palavras criam asas, tomam formas, adentram no peito de quem ama, se delicia em frases repetidas, sem surpresas, mas com a certeza de amar profundamente com todas as forças, com desejo no olhar e ser capaz de recomeçar, juntando retalhos, tecendo fio por fio, em laços de afeto, onde amar é um decreto.
Da amargura, extrair o fel e devolver doçura em cada traço e no embaraço envolvente dos lábios quentes, degustarem o doce mel.
Das folhas alvas, seduzo as palavras, para que revele todos os segredos do coração, juntando retalhos de emoções.
escrito
16.06.2006
por Águida Hettwer