Amor e Realidade
De repente do sonho passou à realidade
Já não falava mais de amor com tanta
Vivacidade, mas do bárbaro cotidiano
Que insanamente o poeta atormentava.
Sem metáforas o dia-a-dia recriava, lia
E sentia que seus leitores não mais como
Sempre os despertava por não ser o mundo
Dos sonhos que a maravilha aventava.
Convencido estava de que para ajuda concreta
Combater as desavenças do dia-a-dia
Precisava, impulsionado pelo amor
Com palavras mais duras, sobre a vida falava.
Poetas são poetas, cuja voz não se aquieta
Enquanto sinal de vida em seu coração existir
Fala de tudo um pouco, às vezes parece
Um louco por um mundo melhor querer construir.