CORAÇÃO DE CRISTAL
Jamais soubestes , ausente amor.
Insinuando sempre, alguém mais.
Ponto exato para insuflar uma dor.
Folhas secas, em meus vendavais.
Os nossos momentos, esquecidos.
Eternos momentos, de praticidade.
Entregando outras, vozes, ouvidos.
Minha solidão, insuflando vaidade.
Jamais tu variarás, o imutável jeito.
Tantos caminhos, tão perspicazes.
Teu coração, pedra posta no peito.
Cristalizando, tanta angústia fazes.
Coração de cristal, morando tão só.
Encolhido no canto, vivendo calado.
Transparente imagem, coberta de pó.
Num tempo recorrente, acumulado.
Coração de cristal, amor recusado.
Ausentada emoção, esvaziado feito.
O prazer confundido, tão enganado.
Tanta novidade, para o mesmo jeito.