HISTÓRIA

Eu tinha as noites, oferecendo o sono.

Porém agora, então, sem importância.

A lua no céu, e eu chorando abandono.

Sonhando entender,a tua irrelevância.

Eu li os poemas, sentimentos meus.

Eu ainda ensaiei, uma saudade atoa.

Tuas palavras, como rezas de ateus.

Em madrugadas, esvaindo na garoa.

Sem dono, sonho perfeito, também.

Cheiro de rua molhada, nas vitrines.

Coisas que eu tinha, e só tu as tem.

A não ser, que eu peça, e tu ensines.

Eu tinha que ser eterna, nunca partir.

Tantos sentimentos, eu então revelar.

Tão pouco tempo, num milênio dividir.

Correta história, nem deu para contar.