Aurora de pavor
Na madrugada ouço estampidos
De inicio vindos de armas leves, que
Também exterminam, depois das
Mais pesadas que além de matar
Deixa minha alma assustada e ferida,
Pulo da cama e no chão me deito
Ao longe vejo traçantes iluminando
No céu passar, não são astros nem
Estrelas são balas indo para matar.
Vindo de onde, das favelas? Não dá
Para identificar, podem vir do asfalto,
Dos morros ou de qualquer outro lugar.
Uma vez é a Policia combatendo o tráfico
Outras são desavenças entre os próprios
Traficantes sobrepondo o aparato do Estado
Que deveria contra essas organizaões lutar.
Quando amanhece há ou não corpos estendidos,
Mas a sensação é de que uns morreram e outros
Ficaram feridos, é pesarosa caminha, a dor
Incrustada no coração ferido preste a morrer.