Margarida

As meninas dos meus olhos

hoje estão desconsoladas

pois teus olhos de menina

brilham noutras madrugadas.

Que dizer para os meus olhos

que não vêem outras mulheres

e chorosos se desfolham

em noturnos malmequeres?

Vertem lágrimas parceiras,

os meus olhos choram luto,

são flores de laranjeira

que vão morrer sem dar frutos...

Eu tenho os olhos vermelhos,

de saudade me desfolho...

Pois só tu és o espelho

das meninsa dos meus olhos.

Vem que a vida desespera

nesta ausência desmedida,

nunca mais fui primavera

sem teus olhos, Margarida!