Sem Simetrias.*
Pertenço-te, sem razões e nem porquês
Mesmo quando tua mente me nega
E teu corpo, arredio e quente, me clama uma entrega.
Pertenço-te, nos arrepios que deslizam pela tua nuca
Quando sonhas minha mão abusada e louca
Que acaricia a firmeza deliciosa das tuas coxas.
Pertenço-te, nos nossos “ais” delirantes e extasiados
Quando pensas meu corpo enroscado no teu
E imaginas minha dança dolente na tua pele... como se fosses meu.
Pertenço-te, nas distâncias que a vida impõem
No versar das nossa ardente confissão
Quando transbordamos Amor...em um só coração.
Pertenço-te, nos acordes das canções que cantas
No pronunciar amoroso das letras em soprano
Na combinação divina dos nossos Eus, sem enganos.
Pertenço-te, no pulsar febril do nosso desejo
No carmim incendiado do próximo entrelace dos corpos sem medo
Quando gritarei teu nome no meu, num gozo pleno.
Pertenço-te, na indecisão que por vezes nos acomete
No resgate das marcas dos nossos azuis acalantos
No hesitar momentâneo de realizarmos nossos sonhos.
Pertenço-te, quando te afastas de ti mesmo
E apenas tens a saudade de mim a te embalar
Pertenço-te, sem datas, sem horas, nem dias, nem simetrias
Pertenço-te, pois sou tua mesmo antes de te amar.
Karinna*