SONHO VIRTUAL
Hoje lembrei de você, do quanto tens alterado minha vida,
Mas nem sabia o porquê de quando entrou nela assim.
Hoje lembrei de você, de quando mais não eras que uma outra em meu viver
E hoje, sem que eu entenda, deixas em meu peito este vazio sem fim.
Nunca fiz um poema a uma amada, exceto depois de tudo terminado.
Nem mesmo a mais amada que eu amei, linhas tortas escrevi,
Mas hoje componho a uma amada que não quer ser mais que amiga,
E jamais vi em algum mundo, jamais esteve aqui comigo.
Mas escrevo este poema pra esta amada que amiga tanto intenta ser,
E a razão a mim pergunta sem parar: "Qual motivo de escrever a todo instante?"
Não respondo, não sei mesmo o que falar, me fazendo meu desejo sonegar
E amar esta mulher de qualquer forma, qual amigo que seu corpo nesta vida não terá.
Sou culpado, sei tão bem, desta sina sorrateira, pois a fiz que se encantasse por meu ser,
Publicando meus poemas tão singelos, que fizeram-lhe o ser reverdecer.
Então me veio toda amante, declarando a meu ser amar distante,
Parecendo mesmo a vida me entregar, mas disposta a todo impulso refrear.
Talvez seja este o último poema, o qual traço a esta amada encantada,
Pois direito de amá-la não me assiste, desfazer a sua vida que é feliz.
Freio então os meus impulsos, vou deixá-la como está, pois está bem.
Certamente que em outro mundo eu encontro o meu amor, minha vida, doce bem.
Wilson Amaral