SONHO VIRTUAL

Hoje lembrei de você, do quanto tens alterado minha vida,

Mas nem sabia o porquê de quando entrou nela assim.

Hoje lembrei de você, de quando mais não eras que uma outra em meu viver

E hoje, sem que eu entenda, deixas em meu peito este vazio sem fim.

Nunca fiz um poema a uma amada, exceto depois de tudo terminado.

Nem mesmo a mais amada que eu amei, linhas tortas escrevi,

Mas hoje componho a uma amada que não quer ser mais que amiga,

E jamais vi em algum mundo, jamais esteve aqui comigo.

Mas escrevo este poema pra esta amada que amiga tanto intenta ser,

E a razão a mim pergunta sem parar: "Qual motivo de escrever a todo instante?"

Não respondo, não sei mesmo o que falar, me fazendo meu desejo sonegar

E amar esta mulher de qualquer forma, qual amigo que seu corpo nesta vida não terá.

Sou culpado, sei tão bem, desta sina sorrateira, pois a fiz que se encantasse por meu ser,

Publicando meus poemas tão singelos, que fizeram-lhe o ser reverdecer.

Então me veio toda amante, declarando a meu ser amar distante,

Parecendo mesmo a vida me entregar, mas disposta a todo impulso refrear.

Talvez seja este o último poema, o qual traço a esta amada encantada,

Pois direito de amá-la não me assiste, desfazer a sua vida que é feliz.

Freio então os meus impulsos, vou deixá-la como está, pois está bem.

Certamente que em outro mundo eu encontro o meu amor, minha vida, doce bem.

Wilson Amaral

Wilson do Amaral Escritor
Enviado por Wilson do Amaral Escritor em 14/06/2006
Reeditado em 01/08/2006
Código do texto: T175552