BRASAS VIVAS
O amor é chama viva que incendeia
Enseja tomar em beijos a sua presa
E que principia abrasando nosso olhar
Como uma fera que espera assaltar
Igual ao Sol que assola ao meio dia
Mesmo que seja noite de Luar
Ele chega sem aviso de supetão
Com seus fortes raios a irradiar
Depois se instaura dentro do coração
Aí fica tudo mudado em forte emoção
Irradiando todo o seu calor
Que não se apaga nem com extintor
Indo dos pés à ponta dos cabelos
Parece febre queimando o cerebelo
Com a força da lava de um vulcão...
Não há quem se segure no colchão
É brasa que se guarda contra o peito
Você se remexe e fica inquieto e tenso
Quanto mais acesa... Mais intenso
Mais difícil é de se ignorar
O seu vai e vem pendular
E ao se sentir aquela brasa viva
Que sai crestando tudo ao seu redor
Quanto mais se oculta mais se alastra
É algo que não é brincadeira e assusta
Quanto mais se esconde mais se mostra
A danada parece o capeta em festa
Quanto mais se sopra mais se aquece
Nada se consegue e não desaparece
E mesmo que se queira não se esquece
Nem de joelhos rezando mil preces
Enquanto se arde em sua labareda
Fazendo assim, a alma imaculada
Queimando até ficar purificada
Até o mais infiel fica prostrado
Ainda mais se for amor silencioso
Que aos poucos vai ficando tinhoso
Ou de uma paixão não consumada
Daqueles metidos a manhoso
Poderá transformar-se em despedida
Desenvolta nas esquinas da encruzilhada
Gerando de repente grande solidão...
A mesma sentida após o grande furacão
Mas se o amor tiver cumplicidade
E andar de mãos dadas com a sinceridade
Vai descortinar o eterno paraíso
Sendo e vivendo como de improviso
Quando o Sol e a Lua se tocarem
Em um grande eclipse ofuscante
A brasa viva fica incandescente
E vai renascer a cada instante
Vai consolidando a felicidade
Fruto da beleza e simplicidade
Ao refletir a chama do amor
Produto de maior e melhor valor
Cristalizando o carbono em diamante
Mais conhecido como pedra do Sol
Mais precioso do que ouro em pó
E mais eterno que a eternidade
Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes