Lágrimas serenas

Desfolhando o tempo nos fios da ausência, na dimensão do encanto do amor, em lágrimas serenas, corpo despojado na realidade dita do olhar.

No silêncio que me invade, a alma estremece, construindo muralhas em volta.

Onde permeia as estrelas, adormeço em teus braços, bombeando a válvula do coração, com tuas carícias.

Respingos de saudade agregam minhas emoções, o ar cobre-se de nostalgia, perfume de nossos corpos impregnado nas flores do jardim.

Os pássaros entoam cantos de ternura em tua volta, meu amor...

A claridade da lua adentrou nas frestas, me inspirando a navegar nos versos, sussurrando frases na rima do amor.

Embalando sonhos, onde o tempo não apaga as marcas, não recolhe o sentimento bonito, e não justifica os atos, simplesmente ama.

Sob o lacrimejar emocionado, ouço apenas o coração falar pausadamente no refrão das canções de amor.

Enquanto me deleito nas margens dos versos, minha alma traduz o toque suave dos lábios, embriagando teu ser em devaneios.

As cortinas se abrem, o amor permeia na penumbra, feito fumaça, invadindo as entranhas no bailar de nossos corpos no palco da vida.

escrito

13.06.2006

por Águida Hettwer