CORPO E ALMA

Minh’alma entranhada em meu corpo viaja,
Lá se vai o poeta construindo seu sonho, longe...
Meu corpo permanece trabalhando a razão.
O poeta divaga, ama o mundo inteiro que vier,
Mas o homem não eterniza imagem alguma.
Pelo contrário, faz do amor uma presença.
Minh’alma sente o que o corpo não crê,
Poetisa os gestos que o corpo inventa para viver.
Ser poeta por inteiro somente quando se sonha,
Mas o homem trabalha um sonho de poeta.
Ser homem e poeta é como morrer todo dia,
Tendo a vantagem de renascer na poesia.
Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 13/06/2006
Reeditado em 15/06/2006
Código do texto: T175011