NAQUELA NOITE...

Estávamos os dois sentados

A ver-o-mar a bater na areia

Tão perto mas tão demasiado longe

Sem conseguirmos falar

Sem sabermos

Se queríamos ou não amar

O mar

O céu

Ou nós

Talvez estivéssemos na companhia um do outro

Porque não queríamos estar sós

Naquela noite…

De verão

Onde nos teus olhos

Encontrei os mistérios da imensidão

E nos teus lábios fechados

A magia das musicas mais bonitas

Quando dissesses qualquer coisa

Mesmo que pequena

Seria a mais formosa canção

Naquela noite…

Passou um vento forte e doce

Que não levantou areia nenhuma

Mas sim palavras

As tais palavras que não conseguíamos falar

Reparando então

Que estavas a chorar

Naquela noite…

E as palavras…

Queriam dizer o que não conseguíamos dizer um ao outro

E tu disseste

Para não ter medo

Do passado

Ou do futuro

E muito menos do presente

Dado que o passado é para recordar

E evitar

Erros no presente

E o presente

Serve para construirmos o futuro

Onde estarias comigo

Se evitasse

As costumeiras dores

Que sem querer te dava

Se conseguisse

Dar-te o Amor

Que há mais de mil anos

Ambos procurávamos

E as palavras…

Ouviste as minhas

Comigo de boca fechada

Disse-te

Que te Amava

Sempre amei

Do primeiro

Ao último minuto

Que te vi

E que te fosse perder

E que a partir dali

Sim

Seria apenas Amor

Sem mágoas

O que de mim irias receber

Naquela noite…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 12/08/2009
Código do texto: T1749990
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