NAQUELA NOITE...
Estávamos os dois sentados
A ver-o-mar a bater na areia
Tão perto mas tão demasiado longe
Sem conseguirmos falar
Sem sabermos
Se queríamos ou não amar
O mar
O céu
Ou nós
Talvez estivéssemos na companhia um do outro
Porque não queríamos estar sós
Naquela noite…
De verão
Onde nos teus olhos
Encontrei os mistérios da imensidão
E nos teus lábios fechados
A magia das musicas mais bonitas
Quando dissesses qualquer coisa
Mesmo que pequena
Seria a mais formosa canção
Naquela noite…
Passou um vento forte e doce
Que não levantou areia nenhuma
Mas sim palavras
As tais palavras que não conseguíamos falar
Reparando então
Que estavas a chorar
Naquela noite…
E as palavras…
Queriam dizer o que não conseguíamos dizer um ao outro
E tu disseste
Para não ter medo
Do passado
Ou do futuro
E muito menos do presente
Dado que o passado é para recordar
E evitar
Erros no presente
E o presente
Serve para construirmos o futuro
Onde estarias comigo
Se evitasse
As costumeiras dores
Que sem querer te dava
Se conseguisse
Dar-te o Amor
Que há mais de mil anos
Ambos procurávamos
E as palavras…
Ouviste as minhas
Comigo de boca fechada
Disse-te
Que te Amava
Sempre amei
Do primeiro
Ao último minuto
Que te vi
E que te fosse perder
E que a partir dali
Sim
Seria apenas Amor
Sem mágoas
O que de mim irias receber
Naquela noite…