Velho
Vivi, senti, percorri e na estrada
Tropecei, cai, chorei, levantei.
Dei a volta por cima, mas a felicidade
Só depois de algum tempo chegou.
Fui segredo descoberto, disperso
Do meu bem-querer, da vida
Fiz um circo, fui palhaço sem saber
História de amor ao vento eu contei.
Fui peão de boiadeiro, por muita
Estrada passei, vi a morte de perto
Atravessei desertos que nunca sonhei
Choupana construí, mas nela não entrei.
Hoje sou um trapo jogado, farrapo
Que restou, na vida sou João Ninguém
Nasci para cultivar o bem, por isto
Desejo a todos muita paz, muito amor.