AMADOS AMALGAMADOS
Sem você, amado meu
Sou um pássaro sombrio
Embrião que não nasceu
Perdida no desvario
Criança com fome e frio
Sem você, amada minha
Sou apenas a andorinha
Solitária, perdida e sozinha
Triste sem rumo na vida
Sem o seu doce carinho
Sou um peixinho sem mar
Semente que não brotou
Andarilho sem caminho
E eu, um mero vagabundo
Já com os pés bem feridos
De tanto procurar perdido
Roto, pobre e maltrapilho
Em dias que não te vejo
Rios correm de meus olhos
E adivinho o seu desejo
Sinto o gosto do seu beijo
E eu fico só a ver navios
Nas revoltas ondas em desvario
Que correm rápido para o mar
Na ânsia de te encontrar
No céu da sua boca sou estrela
Sou um caminho sem volta
Chuva que depura a alma
O fogo que purifica
Estou febril em nosso ninho
À espera e morrendo de frio
Debaixo das cobertas eu rezo
À santíssima Maria que prezo
E vou ficando sem calma
Sinto cheiro de jasmim
Que inebria os meus sentidos
O seu sorriso ilumina, assim
Só a tua promessa me acalma
De que virias aqui em nossa cama
Com teu corpo sedutor que é chama
A queimar minha pele e as entranhas
Eu voltarei a ser sua menina
E vou ficando a sua mercê
Na sua presença eu sou só calor
Eu bebo da sua fonte cristalina
E teu sorriso logo me fascina
Fico qual um moleque menino
Falando bestagens em desatino
Para agradar-te até me baratino
E este momento me alucina
Pois eu sou refém do seu amor
Você é meu presente inesperado
O futuro, o presente e o passado
Contigo tudo vira primavera
As flores desabrocham faceiras
Os passarinhos valseiam ligeiros
E o ar parece com água de cheiro
E assim, faço tudo que é preciso
Neste sentir concretizado
Neste eclodir da emoção
Por amor sem, pudor e sem juízo
Neste possuir sem exceção
Há um sentimento amalgamado
De luxúria, encanto e sedução
Fruto do amor mais belo e profundo
Nascido dos versos de ti oriundos
A perpetuar lindos sentimentos
Lavrados pela ternura e talento
Da doce amada em seus duetos
Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes