V´entre...
Venha...
Ponha esse teu ventre
Entre minha perna
Se sente como numa motocicleta
Deixa que eu entre
Siga a minha seta
Sente... consente
Não há nada de indecente
Ser adjacente
Ser tão tangente
Ou ser a própria reta
Desperta...
Siga em frente
Enfrente minha cópula
Mais para Nero
Do que para Narciso
Seja meu cálice
Meu álibi inocente
Com ou sem juízo
Ou cale-se para sempre
Antes que eu me desespere
Ou desabilite meu sorriso
Venha...
Deixe que eu entre
Adentre também com a epiderme
Da minha língua
Deixa que eu seja Calígula ou Julio Verne
A explorar teu corpo quente...
Deixa...
Não há nada de indecente
Ser ascendente
Ser envolvente
Em Querer ser feliz
Ser feliz
Tão ferozmente.