E EU NÃO SEI…

Se te quero perto ou longe, se quero as trevas se quero a luz

Se me quero deitar cedo, ou deitar tarde

Se quero que sejas a minha companhia num amor

Que jurei ter as asas da eternidade

Pois sou Luz, sempre o fui

Mas com uma terrível queda pela sedução do crepúsculo

Onde as minhas lágrimas ou não são vertidas

Ou são de negro

Vestidas

Não sei se a existência deve ser vivida intensamente

Sem pensarmos em mais nada

A não ser no momento presente

Ignorando o futuro

Pois esse ninguém o pode adivinhar

E dessa forma ignoro se é contigo que a ele

Devo chegar

Sei que te amo, ou talvez não

Numa suave e alterada confusão

Onde os dados estão viciados

E as cartas marcadas

Neste grande jogo do amor

Onde possuis os trunfos todos

E se calhar o segredo para a imensidão

A linguagem calada das estrelas

Que só tu pareces entender

A alegria vertida dos sóis

Quando estes se mostram

Não calha um deles se esconder

Pois

Tal como Tu

Eles valem pelo seu conjunto

Pelo seu todo

Dado quando brilha um só

Tal me é indiferente

Mas quando se iluminam todos

Sei que reparo

Que não estás demasiado longe

Estás bem presente

Sem que eu nada saiba fazer

Porque o teu estado natural é a ausência

Eu não sei que diga, que faça, que dizer

Pois encontro-me nessas alturas

No auge da minha idade madura

Da minha portentosa inocência…

Eu não sei, francamente não sei…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 11/08/2009
Código do texto: T1748269
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