E EU NÃO SEI…
Se te quero perto ou longe, se quero as trevas se quero a luz
Se me quero deitar cedo, ou deitar tarde
Se quero que sejas a minha companhia num amor
Que jurei ter as asas da eternidade
Pois sou Luz, sempre o fui
Mas com uma terrível queda pela sedução do crepúsculo
Onde as minhas lágrimas ou não são vertidas
Ou são de negro
Vestidas
Não sei se a existência deve ser vivida intensamente
Sem pensarmos em mais nada
A não ser no momento presente
Ignorando o futuro
Pois esse ninguém o pode adivinhar
E dessa forma ignoro se é contigo que a ele
Devo chegar
Sei que te amo, ou talvez não
Numa suave e alterada confusão
Onde os dados estão viciados
E as cartas marcadas
Neste grande jogo do amor
Onde possuis os trunfos todos
E se calhar o segredo para a imensidão
A linguagem calada das estrelas
Que só tu pareces entender
A alegria vertida dos sóis
Quando estes se mostram
Não calha um deles se esconder
Pois
Tal como Tu
Eles valem pelo seu conjunto
Pelo seu todo
Dado quando brilha um só
Tal me é indiferente
Mas quando se iluminam todos
Sei que reparo
Que não estás demasiado longe
Estás bem presente
Sem que eu nada saiba fazer
Porque o teu estado natural é a ausência
Eu não sei que diga, que faça, que dizer
Pois encontro-me nessas alturas
No auge da minha idade madura
Da minha portentosa inocência…
Eu não sei, francamente não sei…