REGRESSÂO
VERÃO EM SHINLA
Sob o comando de tua voz doce
Vou descendo a escada do tempo
Talvez aquele velho perfume
Ou qualquer outro detalhe
Sinto-me como se hoje fosse
O momento inesquecível de amor
O lamento profundo de dor
De minha alma em desencanto
A inutilidade deste velho pranto
Que atravessou as eras
Sufocando-me, derrubando-me.
Fazendo rastejar pela Terra.
Tristezas do que não pude ter vivido?
Saudades do tempo consumido?
Busquei em vão por ti em minhas viagens
Não estavas em nenhum personagem.
A harmonia de tua música
Tocou para a eternidade em minha alma
Minhas lágrimas abundantes
Não foram secas pelo vento
Transformaram-se num oceano
Onde naufraguei no sentimento
Da paixão ceifada antes de imortalizada
Do amor roubado no nascedouro.
Se nos últimos cinco mil anos
Eu soubesse que ainda sofreria
E que jamais te encontraria
Pelas páginas do meu livro
Mesmo assim eu buscaria
Por ti, por teu sorriso mágico.
Que anunciava o inicio
Da primavera em hSinla
Ah! Se naquele tempo eu soubesse
Que teu canto sopraria
Em minha alma tanto amor
E dor, Ah! Se eu soubesse
Que por trás do jovem flautista
Às vezes disfarçado de florista
Eras a encarnação de Shiva
Ofertando-me a vida
E ao mesmo tempo, O Destruidor,
Mesmo assim para ti faria
Lindas guirlandas de flores
Vestiria-te com as finas peles
Das rosas vermelhas do jardim
Onde eu ficava ao cair da tarde
Esperando te ver entre os músicos
De tua companhia.
Deixei de cumprir meus votos
E me entreguei ao desânimo
Quando longe de sua presença
Este venenoso sentir
Fez-me jovem partir
Suicídio por vocação?
Autodestruição, flagelação?
Senti meu pobre coração
Aos poucos parar de bater
Na pira onde fiz minha despedida
Impregnou-se no meu olfato
O perfume de sândalo queimado.
Tua doce voz me fez despertar
Da fogueira que ainda ardia
Em minha alma.
- Chega de tanto pranto!
Não vês que desperdiças
Teu tempo?
- Ouve o choro de tua alma
Pelos séculos e séculos.
Os pés descalços a beira
Dos degraus daquela fogueira
Não eram os meus,
Aquelas faces pálidas
Eu não as tinha no verão ao sul.
Os mensageiros em vão te buscavam
Eu o imaginava perdido para sempre
Minhas vestes outrora rosa e diáfanas
Passaram por muitas mudanças
Sempre sem sorrisos sem esperança
Muitas vezes não querendo deixar
De ser criança fugi da escola
Até que cheguei a mendigar
E em pranto em dor
Só me restava pedir ao Senhor
Uma pequena esmola
Ele me ofertou um sorriso
Que me iluminou o caminho
Deixando-me sonhar com o porvir
Talvez, encontrar-te no paraíso...
O sol continua a brilhar
E assim sempre será
Como nas tardes de amor
Que vivemos em Shinla.
Quanto tua doce voz
No vento ressoar
Estarei a relembrar
- Minha flor de lótus!
VERÃO EM SHINLA
Sob o comando de tua voz doce
Vou descendo a escada do tempo
Talvez aquele velho perfume
Ou qualquer outro detalhe
Sinto-me como se hoje fosse
O momento inesquecível de amor
O lamento profundo de dor
De minha alma em desencanto
A inutilidade deste velho pranto
Que atravessou as eras
Sufocando-me, derrubando-me.
Fazendo rastejar pela Terra.
Tristezas do que não pude ter vivido?
Saudades do tempo consumido?
Busquei em vão por ti em minhas viagens
Não estavas em nenhum personagem.
A harmonia de tua música
Tocou para a eternidade em minha alma
Minhas lágrimas abundantes
Não foram secas pelo vento
Transformaram-se num oceano
Onde naufraguei no sentimento
Da paixão ceifada antes de imortalizada
Do amor roubado no nascedouro.
Se nos últimos cinco mil anos
Eu soubesse que ainda sofreria
E que jamais te encontraria
Pelas páginas do meu livro
Mesmo assim eu buscaria
Por ti, por teu sorriso mágico.
Que anunciava o inicio
Da primavera em hSinla
Ah! Se naquele tempo eu soubesse
Que teu canto sopraria
Em minha alma tanto amor
E dor, Ah! Se eu soubesse
Que por trás do jovem flautista
Às vezes disfarçado de florista
Eras a encarnação de Shiva
Ofertando-me a vida
E ao mesmo tempo, O Destruidor,
Mesmo assim para ti faria
Lindas guirlandas de flores
Vestiria-te com as finas peles
Das rosas vermelhas do jardim
Onde eu ficava ao cair da tarde
Esperando te ver entre os músicos
De tua companhia.
Deixei de cumprir meus votos
E me entreguei ao desânimo
Quando longe de sua presença
Este venenoso sentir
Fez-me jovem partir
Suicídio por vocação?
Autodestruição, flagelação?
Senti meu pobre coração
Aos poucos parar de bater
Na pira onde fiz minha despedida
Impregnou-se no meu olfato
O perfume de sândalo queimado.
Tua doce voz me fez despertar
Da fogueira que ainda ardia
Em minha alma.
- Chega de tanto pranto!
Não vês que desperdiças
Teu tempo?
- Ouve o choro de tua alma
Pelos séculos e séculos.
Os pés descalços a beira
Dos degraus daquela fogueira
Não eram os meus,
Aquelas faces pálidas
Eu não as tinha no verão ao sul.
Os mensageiros em vão te buscavam
Eu o imaginava perdido para sempre
Minhas vestes outrora rosa e diáfanas
Passaram por muitas mudanças
Sempre sem sorrisos sem esperança
Muitas vezes não querendo deixar
De ser criança fugi da escola
Até que cheguei a mendigar
E em pranto em dor
Só me restava pedir ao Senhor
Uma pequena esmola
Ele me ofertou um sorriso
Que me iluminou o caminho
Deixando-me sonhar com o porvir
Talvez, encontrar-te no paraíso...
O sol continua a brilhar
E assim sempre será
Como nas tardes de amor
Que vivemos em Shinla.
Quanto tua doce voz
No vento ressoar
Estarei a relembrar
- Minha flor de lótus!