Fantasma

A gargalhada acordou a noite escura,
quis amedrontar com a voz maldita,
no entanto o vate firme e destemido,
ignorou refúgio àquela ventura!

Mas o loquaz com palavra obscura,
queria abalar o mundo colorido...
O poeta viera do sonho proibido,
tinha o escudo dos versos de ternura!...

Por que a voz quer silenciar o prazer?
A conquista está no fundo do ser!...
Ainda há lardos na benigna fonte...

Não houve vez à torpe mentira,
veraz, o amor acanhado delira,
para vicejar o vasto horizonte!

Ribeirão Preto, 11 de abril de 2004.
3h02 min.

Machado de Carlos
Enviado por Machado de Carlos em 10/08/2009
Reeditado em 03/09/2012
Código do texto: T1746975
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