CONTRA-DITA


Passo, se me impõe a contra-dita,
Declarando minha suspeição.

Por acaso sou calado,
Mas aceito o coração.

Uma noite tua mão me abala
minha razão te perde perdão.
Outra noite tua mão acaricia,
Eu não presto atenção.

Do teu sangue,
apenas o que me impede entrar,
Que tua boca não se cale,
Porque dos meus olhos, vesgos,
Deturpo minha imagem.
então que seja sempre,
Teu corpo e tua alma,
Minha sina.

Teu tempo é uma eternidade
Faço o que posso
Além de piscar irreverentemente,
Além, é claro, do remorso.

Como entender um poema de amor,
De quem ama sem saber o que amar?
Só te enxergo pelo espelho,
Vejo um amor ao contrário.
Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 12/06/2006
Reeditado em 13/06/2006
Código do texto: T174377