TE FALAR DO MEU AMOR
Essas benditas horas
Que teimam em não passar,
Fazem aumentar ainda mais
A minha ansiedade.
Além de ser o meu Zahir,
Aonde está você agora?
Em que país, em que cidade?
As vozes vindas
Do intransponível deserto – em mim,
Mostravam que eu estava certo
Quanto ao meu questionar.
As tâmaras, as caravanas...
Eram indícios de que “haveria um oásis
Onde eu ia te encontrar...”
E eu seguia
As tuas pegadas, a estrela, o sinal...
Uivantes ventos, frio matinal...
Mesmo assim persisti, insisti!
Fui provocado, tentado...
Tempestades de areia, ondas de calor...
Mas eu precisava te encontrar.
Olhar no teu olhar...
“...E te falar do meu amor.”
Marcos Aurélio Mendes