Arrancas de mim
Queria entender como arrancas a dor de mim? Qual arma tens?
Que quando beija a minha boca, costura a minha mente
E me perco, me derramo, me entrego...
Nesta boca que me beija, que me morde...
O teu corpo que banquete dos deuses é para mim...
És a própria Afrodite, és divina, és lua, és um próprio céu...
Que me levas neste corpo, nesta pele macia, nesta respiração rouca
à horizontes de desejo, que o mundo lá fora, se tão barulhento
Se cala, ante à tanto prazer...
Este labirinto que arranca meus receios, e traz um desejo
Só meu, só nosso, todo louco, desarrumado...
Tão intenso quanto irreal, tão ousados
Que nem os homens sonhariam...tanto!
Que pecado, que céu...
Já não sou dono de mim, sou teu...
Escravo destes lábios de carne, dessa boca...
Deste corpo, alvo, claro, tão meu ,ali..Tão puro...
Tão ousado quanto os gemidos doces desta voz rouca...
Que gosto tu tens que me incita, a querer te mais e sempre
Seria um vício, um ópio, ou qualquer droga,
Que realmente leva ao paraíso, contido no seu corpo
Que me traz um arrepio que vem de dentro e some de repente...
Passaria a vida a me embriagar neste seu corpo:
Um vinho, tão suave, tão forte...
Quem poderia me julgar... se escolhesse deste lugar
Entre seus seios (lugar onde encontrei uma vida!),
O túmulo pra minha morte?