Antíteses...
Antíteses...
Era de sonho e vigília sua presença
Era noturna a sua voz
Claras suas palavras
Era suave seus beijos
Seu olhar um cacho de uvas
oferecendo-me vinhos...
Eu era de pétalas e caules
meu tronco cerejeira
Brotava auroras rosadas
do meu corpo, ofertando
a maçã que pulsava,
revelando a maciez em flor
Sua alma marcava minha
carne, cheia de vontades
Pela minha mais íntima luz
Fazia-me luar...
Hoje, você é ausência
Um Deus chora
Um demônio ruge
Na ressonância, vazios:
Antíteses de nós
Nos seus olhos
uma frágil película roxa
...E meu corpo não vai
florir no inverno...