Amores eternos

Amores que se vão, sem olhar para trás e não voltam mais, outros tantos, partiram cedo demais, no percurso da vida, deixam apenas lágrimas, dores e despedidas.

Amores, que engasgam a voz, fazem as mãos transpirarem frias, o pulsar do coração acelera, os olhos cintilam feitos às estrelas do firmamento.

Amores, que se sustentam firmes até o fim da vida, sendo suporte na hora da dor, afrontam as dificuldades e vão à luta, caindo, levantando, estendendo as mãos um para o outro, sem perder o romantismo de outrora.

Basta apenas um simples gesto, para desnudar a alma, andam lado a lado, mesmo que as tempestades venham derrubá-los, continuam rochas firmes.

Quando as luzes se apagam, a bruma cobre o quarto, cumplicidade no ato de amar, vagando na sensibilidade dos corpos, acalenta a alma em abraços envolventes, unem feito flor e caule.

Diante do cotidiano, pequenos defeitos passam a ser motivos de risos sem mágoas, olhares traduzem mim palavras.

O tempo branqueou os cabelos, o vigor anda de passos lentos, arrastando-se contra a maré, a ternura toma lugar das loucuras, a doçura edifica morada no gesto e na fala.

O amor nunca se cala diante das injustiças, espera pacientemente o outro, a melhor fatia do bolo é para quem se ama o melhor pedaço com recheio.

O amor esse sublime sentimento, fecha os olhos para os defeitos, enfrenta batalhas, acerta o alvo em cheio, mesmo que as feridas sangram e latejam, sob o véu do amor, para tudo tem jeito, desperta, eleva aos céus, deslumbra com encantamento.

Amor, eterno amor que move o pulsar de meu peito...

Silencia a voz na hora exata, proclama em voz alta, “Eu amo, você!".

Sem pedir nada em troca, sem fazer leilão do coração, suporta...

Ameniza, cria asas, ajunta cacos restos de vidas e em cada pedaço, une em laços eternos, sofre junto, saboreia o gosto amargo da lágrima, traduz a beleza do quer bem, doa-se, carregando apenas a certeza de que viver esse amor valeu a pena.

escrito

12.06.2006

por Águida Hettwer