O Malandro
Amava seu jeito
Aquele descompromissado temperamento
Malandro ousado
Galante e perturbado cavalheiro
Gentil com elas
Animando mulheres de todas as formas e sabores
Doces damas da noite entrelaçando seus braços fortes
Enlouquecida pela sua desenvoltura
A pequena o via, sentia, amava, idolatrava
Noites de vadiagem
Malandro ousado
Perseguindo e atormentando os caminhos dela
Enquanto seu outro lado laçava belas potrancas
Rodeio inventado para buscar alivio dos desejos
Malandro carnal
Amava seu jeito quando não sabia que era belo
Quando não notava os olhares das damas
Quando a pequena cresceu
Correu pelas escadarias
Caiu
Enlouqueceu
Galante perdedor
Gentil com elas
Perturbando minha vida
Afetando meus pensamentos
Destruiu meu coração
Amava seu jeito
Autoritário
Desengonçado
Esbelto cavalheiro de olhos escuros profundos
Tão fundos quanto o poço que me jogou
Perseguição alucinada em busca dos encantos de outrora
Que numa outra estação
Era somente sua
Jurada
Prometida
Encantada
Enfeitiçada
Aquela menina partiu
Carregando nas costas pesadas trouxas de tolices
A mulher despertou
Em tudo que via só buscava o mesmo malandro
Basta de loucuras
Obsessão
Paixão
Amava seu jeito
Amava seu olhar
Sua desenvoltura
Seu poder
Persuasão
Encantos
Desta vez não
Basta de malandragem
O cavalheiro não tinha cabeça
E sua gentileza era senil
Adeus belo vadio
Depois que partiu
O poço ficou fácil de escalar
E nos escombros da ultima briga um anel perdido
Lançado ao mar