PRECISO DESSE AMOR - Retrô

Quando os ares molhados da madrugada tocam levemente um botão;

Ele parece agradecer pelo vivaz colorir e o robustecer em seus galhos;

É que de sede não quer perecer, como a semente a implorar pelo chão;

Ele é pouco para si mesmo, porque é dependente dos orvalhos!

Quando os avanços impetuosos das marés beijam a areia fina;

Ela parece exalar vontade de viver, sorvendo sal tal como as sondas;

É que o sol resseca-lhe a superfície, e a solidão do mar, o amar lhe ensina;

Ela é incompleta e infeliz, quando apartada do contato com as ondas!

Quando a um pássaro cantador é oferecido um ensolarado amanhecer;

Ele parece retribuir com sinfonias e assim dá testemunho de rara beleza;

É que despedido de suas manhãs, ele apenas entona o próprio sofrer;

Pois necessita do alvorecer, posto que ama a mãe natureza!

Assim sou eu, acariciado por tuas palavras em meus sentidos;

Sinto-me triunfante, fincando estandartes nas artérias da dor;

Mas se me falta tua presença, meus feitos heróicos são esquecidos;

Porque me é possível viver sem mim, mas não sem teu amor!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 04/08/2009
Código do texto: T1736530
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