PRECISO DESSE AMOR - Retrô
Quando os ares molhados da madrugada tocam levemente um botão;
Ele parece agradecer pelo vivaz colorir e o robustecer em seus galhos;
É que de sede não quer perecer, como a semente a implorar pelo chão;
Ele é pouco para si mesmo, porque é dependente dos orvalhos!
Quando os avanços impetuosos das marés beijam a areia fina;
Ela parece exalar vontade de viver, sorvendo sal tal como as sondas;
É que o sol resseca-lhe a superfície, e a solidão do mar, o amar lhe ensina;
Ela é incompleta e infeliz, quando apartada do contato com as ondas!
Quando a um pássaro cantador é oferecido um ensolarado amanhecer;
Ele parece retribuir com sinfonias e assim dá testemunho de rara beleza;
É que despedido de suas manhãs, ele apenas entona o próprio sofrer;
Pois necessita do alvorecer, posto que ama a mãe natureza!
Assim sou eu, acariciado por tuas palavras em meus sentidos;
Sinto-me triunfante, fincando estandartes nas artérias da dor;
Mas se me falta tua presença, meus feitos heróicos são esquecidos;
Porque me é possível viver sem mim, mas não sem teu amor!!