EU AINDA AMO
Olho pra trás e vejo um rastro.
Meus passos marcados
no chão empoeirado.
O ar é denso e pesado.
No horizonte que se mostra cinza
há um prenúncio de tormenta.
Sinto-me velho na alma ranzinza,
e o meu coração apenas aguenta.
Vou construindo muros ao meu redor.
Escondo-me nos becos de minha decepção.
Sem auto estima vou de mal a pior,
vejo todos rumando em outra direção.
Estou perdido num labirinto,
correndo afoito entre círculos.
Finjo que não sinto, mas minto.
Sinto por não ser um ser amado,
amado por que eu ainda amo.