CISNE BRANCO
Cisne Branco
Ainda que as chagas abertas
Persistam em fustigar
Com dores dilacerantes
Teu pobre corpo errante
Espera na impaciência
Dos que ainda precisam
Aprender com as dores
A controlar seus humores
Mesmo que as punhaladas
Das línguas ferinas
Te magoem, e te abram
Feridas em teu pobre ser
Esquece que és humano
Olhas para o alto
E descobres que entre
Os espinhos das trepadeiras
Das vegetações ascendentes
Existe uma escada de flores
Que sobe até o pilar
De um palácio cheio de amores
Onde todos os horrorres
Martírios, confusões e dores
Que um dia experimentastes
Estão para desaparecer
Estuda a divina ciência
Sem precisar se apegar
A livros, doutrinas, louvores,
Deus está no pólen das flores,
Nas manhãs multicores
Nas canções do universo
Embalando as folhas
Dançando ao vento
Deus é eterno, busca
No profundo sentimento
Que recebes como sofrimento
Um afago divino, apagar teu lamento.
Persevera na virtude
No detalhe de cada atitude
Espera com serenidade
Alcançarás a Eternidade
Celebrarás em teu cântico
Ao atingir a iluminação
A vitória e a liberdade
E como o cisne branco
De pescoço esticado
Alcarás vôo para o infinito.