A espera do extâse celestial

A espera do êxtase celestial

O orvalho da noite escorregou,

E penetrou-me as vestes,

Molhou-me a pele,

Acariciando meu seio.

Eu chorava desesperada,

O amor que não desabrochara,

Me sentia culpada,

Não tinha sido tocada.

Depois de sugar meus lábios,

E aquecer-me a boca,

Com teu mudo anseio,

Que deixou-me louca.

Estavas apressado, cansado,

Senti teu ritmo descompassado,

Teu cabelo molhado brilhava,

No clarão prateado do luar.

O orvalho perfumado,

Misturado com o cheiro ,

do meu corpo de fêmea no cio,

se perdeu no escuro, no vazio.

Ensaiei alguns passos até a porta,

Sorri para a sombra da noite,

Que brincava no escuro

Eu sabia amanhã ela seria morta.

E eu teria um sol inteiro,

Para aquecer meu corpo.

Teu amor verdadeiro,

Me invadindo com teu cheiro.

Ao luar entreguei o desgosto.

E tentei dormir e sonhar,

O sonho de para sempre te amar.

Ao abrir os olhos vi em teu rosto.

Uma expressão gélida, solitária

Um pouco enigmática

Carregava um peso tristonho

Escondendo teu jeito risonho.

Não quero que ela volte

Com sua traiçoeira foice

Esta terrível e escura noite

Que dá tristeza aos que vivem.

Na cegueira das paixões,

Ardendo na fogueira das emoções,

Buscando se livrar da dor,

E encontrar o verdadeiro amor.

Não me bastam encontros

Onde nós embriagados e tontos

Adormecemos nas sombras

Do que poderia ser...

Celebração do ser..

Êxtase do mundo espiritual.

Ah! Apesar de tudo especial,

Falta-me um pouco de ar,

Que não posso encontrar,

Quando estou aqui a contar,

E meus segredos revelar,

Para este mundo mortal.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 04/08/2009
Reeditado em 06/01/2015
Código do texto: T1735519
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