AS FLORES ASTRAIS
Minha alma nua viaja num mundo
Colorido cheio de fantasias.
Brilhantes paisagens, alegorias.
Dançam nas veredas que vislumbro.
Cascatas prateadas com longos
Fios emaranhados no alto
De seus cimos parecendo
Fios de prata da lua estilhaçada.
Observo esferas azuladas distantes
Respiro o que foi noite em meus dias
Até que a morte com sua foice
Levou-me as alegrias marcantes
Leitosos seixos repousam nas praias
Onde passeamos, descalços, despidos.
Sentindo o solo arenoso roçar as entranhas
Do amanhã nosso celeiro de esperanças
Agora, neste especial momento.
Cavalgo sem corcel sentindo o vento
Acariciar-me os seios quase murchos
Pois não conseguem alcançar o pólen
Meu corpo etéreo se espreguiça,
Contorce-se, em mil peripécias,
Imaginando carícias da brisa ao luar
Na mágica das carícias ao te amar
E a vida da primavera que chega
Entontece-me, aspiro docemente.
Aterrisando nas flores dos quintais
Terrestres sentindo o perfume distante
Das flores astrais.