O amor pede bis
Quando você enfim me abraça
Meu coração logo se abrasa
Se faço sua presa. Sou sua caça.
As bocas pedintes de beijos
Os corpos incontidos de desejos...
Uma linda música incita o ensejo.
Nossas genitálias agora excitadas,
Suas mãos sensíveis e insinuadas
Deslizam assim líricas fomentadas...
Os âmagos libertos tão sedentos,
Seus lábios passeiam em tormento
No meu frígido colo agora ao relento.
A alcova inerte observa e inveja,
Ter uma alma viva é o que almeja
E coadjuvar do enleio é o que deseja.
A cama já viciada no movimento
Presencia todo aquele momento
O vai e vem, hora forte, hora lento.
Bem quietos sem nada poder dizer,
Ali os móveis imóveis ficam a ver,
Corpos reais no bem bom do prazer...
De manhã não há mais o talvez,
E todo o amor que se fez, refez,
Pedimos bis, com amor, outra vez.