CONFISSÕES DO VINHO
Como na relva, o orvalho
Deixe-me cair em teus braços
Sejas meu agasalho
Da minha música, o compasso
Da Eurídice, Orfeu.
E assim, te espero
Meu amor, te venero
Meu poeta, meu Romeu.
Meu louvor a ti confesso
E grata sou pela inspiração.
Nada mais a ti eu peço
A não ser teu coração.
E a Baco agradeço
Do poema, a concepção
Pois é bem quando padeço
Que vem a salvação.
Este vinho não tem preço
Se bem que não mereço
Tão doce ilusão.
>>KCOS<<