MEDO DE AMAR
Foi à primeira vista,
Mas não foi paixão alucinada,
Enamoramo-nos no ato de olhar!
Porém sempre pensei, nosso relacionamento
Será algo passageiro, transitório,
Não acreditava ser possível
Que um anjo de beleza ímpar,
No esplendor de seus vinte anos
Viesse de fato a me amar!
E mais uma vez distorci o meu pensar
Em uma sensação de perda eminente,
Novamente uma disputa pessoal
Entre o meu Eu e o coração,
Coração que sentia, do seu, a pulsação,
E eram incríveis, lindos os momentos,
Mesmo assim seguia avaliando
Pensando nos contras desta relação.
Adorava seu jeito feminino e sensual
E ainda hoje não encontro respostas,
Porque procurava defeitos
Que me desencorajavam a mais lhe querer
E a cada dia torturava-me
Fazendo da vida um grande sofrer
Parecia que me sentia feliz
Envolvendo-a em meu padecer.
Até que um grito, um basta,
- chega, não quero mais lhe ver.
Foi então que senti a extensão
E o que era de fato desfalecer,
De como era importante o seu amor
Mas incrédulo, por não confiar,
Deixei partir um anjo admirável
Que só viveu para me amar.