Desenlace
Há um silêncio inquebrantável pela casa.
Roupas rotas em desordem pelo chão.
Trastes tristes denunciando desenlace...
E uma ausência povoando a solidão.
Não há trilhas para as tralhas em desuso,
nem motivos para os mates matinais.
Resta o rastro de um perfume que se evade
e que arde, cada dia, um pouco mais.
Mesmo o vaso, ao descaso, chora a rosa,
cada pétala é uma lágrima de dor...
Falta d’água, farta mágoa, se desfolha,
dia-a-dia, a samambaia em desamor.
Nunca mais o lençol branco no varal
qual bandeira num quintal de arrabalde...
Sem fumaça de monturo ou chaminé,
dói na casa, em cada tábua, uma saudade.
Laço frágil de romance em desenlace,
dor sem fim nos confins da solidão
quando a casa, já sem causa, fecha as portas
e decide residir no coração.